"O sertanejo é, antes de tudo, um forte”

A frase de Euclides da Cunha se aplica mais do que nunca, ao empenho dos nordestinos que fundaram a Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) em 7 de setembro de 1988 para resguardar e divulgar a arte nordestina no Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo.

A charmosa sede, localizada no igualmente charmoso bairro de Santa Teresa, é lar de mais de 13.000 cordéis para exposição e venda, de poetas e poetisas do Nordeste, do Rio, do Brasil.

Missão

A Academia distribuiu mais de 300 mil cordéis no Brasil e no mundo, para escolas, bibliotecas, cordeltecas, museus, feiras literárias e instituições brasileiras e estrangeiras, com o objetivo de vigorar e revigorar a herança cultural do cordel mundo afora, como a resistente flor do Mandacu.

Seguindo esta missão, seu fundador, Gonçalo Ferreira da Silva palestrou em diversas universidades e escolas pelo Brasil, como a UFRJ e a UFPB, encantando professores e educadores ao contar do seu amado ofício e arte, alumiando mentes e corações.

A Feira de São Cristovão

É impossível falar da Academia sem falar da Feira de São Cristóvão, um lugar tão popular – do povo – quanto o cordel. No século passado, a Feira era o lugar em que os nordestinos que vinham ao Rio mantinham essa arte acesa. Eles faziam arte mesmo com dificuldades materiais, condições adversas e precárias. Foi lá que o fundador da ABLC, o cearense Gonçalo Ferreira da Silva, montou uma banca, em 1978, para atrair artistas, pesquisadores e interessados. A banca culminou na instituição, depois de 10 anos de luta, contando com o apoio da sua esposa, Madrinha Mena.